A Nega do lado de cá...

Sou negra, mulata, indígena, branca... sou BRASILEIRA. E, mesmo estando do lado de cá, comparto com vocês minha vida no "velho mundo". Surtos, pirações, catarses, ou simplesmente a vontade de colocar tudo para fora. Viajem comigo... espero por vocês aqui. Nega Cris

domingo, dezembro 30, 2007

10 anos juntos…



Há muito tempo queria postar – e deixar registrado - aqui os 10 anos da criaçao do “Pannus Finis”, o primeiro grupo de teatro que formamos na FAFI (sem dúvida, e nao canso de repetir, foi o melhor daquela faculdade)…

O que sao 10 anos de amigos que se conhecem na Faculdade, que estudam comunicaçao, e que compartilham (entre muitas outras coisas) a paixao pelo teatro?

Dez anos de muita amizade, cumplicidade, amores e desamores, discussoes, brigas e reconciliaçoes.

Dividimos muito: a cerveja no Maleta, a comida boa do Lucas, o feijao tropeiro da Tia Maria e do Walter, os “Carltons, Free e Derbys” (este quando o dinheiro era pouco o que, naquela época, era uma constante, rs!), os cafés e os paes de queijo na casa do Ju, as pizzas do Skilao, os camarins, chulés e outros odores “oriundos do suor” depois de cada ensaio, … as ansiedades, a cara de pau e a (despretensiosa) alegria de ser feliz.

Viramos a noite ensaiando, fazendo projeto, rindo e cantando, lixando pilastras de isopor, fazendo mala, decorando texto, limpando (e remedando) figurino, lendo Hilda Hilst, ouvindo Bethania e Rita, tomando vinho barato…

Estivemos em vários lugares: na cantina da FAFI, no famoso (e inesquecível) “801”, no (ruidoso) Teatro da Praça, no sótao do Teatro Casanova, no nosso cantinho da Rua Sao Paulo, no Centro de Cultura, em boates, em praças, no meio da rua…

Usamos o bloody mary da Janine, algumas vezes o kiwi da Marcela Garcia, o “caixote” (que nem me lembro de que marca era) do Léo Fontes, o inesquecível “Pescaria”… fomos de busú vermelho, azul e amarelo, fomos à Brasilia, à Americana, Sao Mateus, Lafayork, Seven Lakes, caminhamos, caminhamos, caminhamos…

Passamos dois dias fechados num quartinho ínfimo (para tantos que éramos) em Ouro Preto, em pleno Festival de Inverno, e nem sentimos falta do que estava lá fora…

Fizemos teatro para todo mundo – e para ninguém!

Fomos monstros, gente comum, Arlequim, Colombina, Pierrot, Jardineira, Melindrosa (…), fomos freiras, postulantes, bispos (…), fomos burgueses, plebe, personagens de cordel, doentes e enfermeiras, ladrao e vítima, jornalistas, vivemos a Semana da Arte Moderna, tocamos bumbo, maraca, pauzinhos, batemos palma, assoviamos…

Criamos nosso slogan: “O Mundo inteiro tem que conhecer a gente!” e o nosso grito de guerra: “Os vi-zinhooooooooooooooos!”

Recebemos aplausos, vaias, pedidos de “bis”, silêncios do tipo “nao entendi nada”, elogios e “massacradas”.

Cantamos Vanusa pro Gera (“hoje eu vou mudar…”), Adeste Fideles, marchinhas de carnaval, fizemos ruídos (arghhh, irritantes) de Eta e Zeta, cantamos ao Pedro Nava, e ouvimos o Thi cantando Marquinhos Moura ("Meu mel nao diiiiiiiiiga adeus"...) inúmeras vezes (e sempre ríamos...).

E muitos se juntaram a nós: a Marcela Chachar, o Savinho, o Gláucio, a Dani Frediani, a Renata Coelho, a Marina, a Silvia Góes, o Hermelindo, o “Godzila”, a “Dona das Chaves” (rs), a Samirao, a Fê e a Grá, a Thays, a Lili, a Glauce, e tantos outros. E o Charles Albert, nosso fa mais fiel…

Começamos como “Pannus Finis” e chegamos à Cia. De Outros Atores.
E acima de tudo, fomos amigos. No melhor e mais completo sentido da palavra. Isso foi confirmado em maio desse ano, quando esses meus mais do queridos amigos se organizaram no trabalho, juntaram grana, disposiçao e carinho e cruzaram o Oceano para estarem comigo num dos dias mais importantes da minha vida (vocês nunca vao imaginar a minha emoçao de ver vocês todos sentados, um do ladinho do outro, pertinho de mim… eu mostrava orgullosa: “é, esses sao meus amigos”).

Queridos Ju, Janine, Thi, Anne, Polli, Dê, “Biancas” e Gêra…

Que venham 100 anos mais (e mesmo assim acho que ainda é pouco para “gastar” tanto amor…)

Um beijo no coraçao de cada um de vocês e obrigada por uma das fases mais lindas da minha vida. E que venham outras, sempre juntos…

sábado, dezembro 29, 2007

Depois de tanto tempo, olha eu aqui outra vez!

Ufa, meses e meses de ausência, mas estou aqui outra vez, tentando colocar meu querido (mas esquecido) blog em dia. Foram tantos acontecimentos, pessoas, e emoçoes durante todos esses meses, que seria impossível esquecer tudo e começar do zero. Assim que... paciência... aos poucos vou atualizando tudo, e (PROMETO!) nao ficar mais tao longe do meu filhinho...

Beijos a todos e boa atualizaçao!!!! (aí embaixo como foi meu 2007 e as últimas fotos da Dinamarca... logo, logo tem mais!)

2007... ano mais do que especial...

O que eu posso falar de 2007?

Que foi um dos anos mais especiais da minha vida...

Ri muito, chorei demais, cresci profissionalmente, conquistei muitas coisas, senti saudades, me conheci ainda mais, conheci muita gente nova, revi outras tao importantes para mim (que cruzaram o Oceano e foram extremamente "generosos" trazendo consigo muito amor), me casei (ufa, isso sim foi incrível...)...

Coisas que fazem o coraçao da nega explodir de felicidade, de nostalgia, e de pensar: "Será que eu mereço tanto?"

Estar aqui do "outro lado" nao é fácil, sempre digo. Mas saber que vocês, amigos e família estao aí (alguns ainda que fisicamente longe...), torcendo por mim todos os dias fazem com que a distância seja um "detalhe temporário" e com que eu simplesmente (mas nao menos importante) diga a cada um de vocês: "OBRIGADA!"


Querida Fê, coraçao enorme, bom demais ter você aqui comigo...


Graaaaaaaaaaaaaaandes amigos, delicioso re-encontro, que vieram comigo celebrar um dos dias mais importantes da minha vida! Obrigada, amo vocês! Todos!!!!!




Flávia de Lu... visita de 36 horas... 36 horinhas de muito carinho!

Uma Negona na Dinamarca - Parte final (tardou, mas chegou!)

Primeiro, a visita que fizemos eu, David e minha sogrinha (Imma), ao Castelo de Egeskov, num dia lindo de verao... lugar lindo, me senti uma legítima Cinderela (mas brasileira), no meio de tanto jardim. É um Castelo que está no meio de um parque enooooorme, super florido, e dá prá passar o dia inteiro. Para vocês terem uma idéia, nesse Castelo existem 66 quartos, 200 janelas, 171 portas e 150 empregados... vixe!





Depois, vem um passeio que a gente fez, dessa vez com meu sogrinho (e acupunturista) Moshe, a Odense, a segunda maior cidade da Dinamarca, e onde nasceu e viveu o famoso Hans Christian Andersens, o autor de “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de Chumbo”, “A Roupa Nova do Imperador”, e tantas outras histórias que todos lemos quando éramos criança. A cidade toda “respira” esse famoso autor, e vários dos seus personagens estao pelas ruas, em esculturas. Existe um Museu dele na cidade, e todas as tardes encenam (ao ar livre e grátis!) um espetáculo onde repassam todas essas histórias. Eu assisti mas (vocês já devem imaginar) nao entendi “lhufas”! rs!


Agora, uma sessao “comidinhas”. Porque na Dinamarca se come, sim, e muuuuuuuuuuuuito. Muito pao, principalmente. Tem pao de tudo quanto é coisa, de tudo quanto é formato e cor. Até meu sogro se animou e fez (especialmente para mim) um pao negro, feito de centeio. Bom, mas meio ácido pro meu paladar brasileiro que adora um paozinho francês, rs!

Nao resistimos tirar uma foto desse frango… curioso preparo, né? Mas tava mais bonito que gostoso…




E, para terminar, “as mulheres da familia Givoni”: Imma (mae do David), eu, Eva (cunhada) e Rina com sua filha, Naomi, vestidinhas para o aniversário de 60 anos de um tio do David… meu “debut” social na Dinamarca, kkkkkkkkkkk… Vocês podem imaginar a negona entrando no salao da festa e dizendo: Hi?! Mas foi ótimo e (mais uma vez) comemos atééééééééé…


Bom, tinha milhoes de fotos e “causos” mais, mas com isso fecho a “sessao Dinamarca”, uma viagem que, para mim, foi muito especial (o David já tinha conhecido de onde eu vinha, com todos os seus “anexos”- rs - e agora foi a minha vez…).