50º "10 de setembro"... Coral Júlia Pardini

Há uma semana acontecia, no Teatro Izabela Hendrix, de BH, mais um "10 de setembro", o Concerto Anual de Gala do Coral Júlia Pardini.
Este ano, mais do que especial.
Por que?
Porque foi o 50º Concerto. 50 anos dedicados à música. Com amor, determinaçao e muita garra.
Conheci muita gente, aprendi a "decifrar" aquelas linhas com "pontinhos pretos", que logo aprendi a chamar de "partitura"...
Com o Coral, subi no palco pela primeira vez. E me senti realizada. Como era bom estar ali, juntos com meus companheiros, fazendo feliz às pessoas que nos escutavam!
Cantei música brasileira, barroca, erudita, moderna...
Cantei em português, espanhol, inglês, latim, italiano, russo...
Cantei em lugares humildes (onde as pessoas, ao final do Concerto, nos ofereciam o que tinham para lanchar, nem que fosse um chocolate quente com biscoitos), em igrejas, em casamentos, em missas de sétimo dia, em teatros, nas ruas da Europa...
Viajei muito. Em ônibus, em aviao. Viajamos pelo sul do Brasil, várias vezes por muitas cidades mineiras, cruzamos a Cordilheira dos Andes e o Oceano Atlântico...
Conheci outras culturas, novas músicas, lugares lindos...
E tive experiências maravilhosas, que guardarei para sempre na memória...
Ri muito. E chorei também. De emoçao, de agradecimento por viver tanta coisa boa. Uma das maiores emoçoes que tive foi quando fomos visitar uma escola rural, nos arredores de Mendoza, Argentina. Era uma escola humilde, mas que se preparou muito para nossa chegada. E, no final do Concerto, entre lágrimas e muita alegria, recebemos dos pequenos alunos vários bilhetes, medalhinhas (que eram deles mesmos, que eles levavam pendurados no pescoço) e muitos, muitos abraços daquelas criaturinhas que tinham (assim como nós) os olhos brilhando de alegria...
Cheguei no Coral levada pela minha amiga Nanda, e nele fiquei por 10 anos...
Fiz muitos amigos, que levarei para toda minha vida...

E tudo isso se deve à uma pessoa: Tia Elza, essa guerreira incansável que, há tantos anos vence o desânimo pelo descaso e falta de apoio das autoridades, a "debandada" dos cantores no final de cada ano e, assim, o "eterno recomeço"...
Tia Elza me ensinou muito mais do que cantar. Com ela, aprendi a ter determinaçao, à acreditar num sonho, e saber que a gente acaba conseguindo tudo o que quer, com esforço.

Obrigada, Tia Elza, por tantos momentos inesquecíveis.
Parabéns e força, sempre!

Viagem ao Chile, 2002. Fomos recebidos com um carinho incrível por esta gente que acordava às 5h da manha para preparar o café da manha!

Festival Cantapueblo, Mendoza, Argentina, 1994. Esta foi uma das viagens mais emocionantes que fiz com o Coral. Grupo unido, energia boa e, no final, cantamos em um estádio para 3000 pessoas! Quando cantamos "Aquarela do Brasil", foi uma festa só... e muita emoçao!

"Foto oficial", feita antes da nossa viagem à Europa, em 2000. Tirada em frente ao Teatro Francisco Nunes, depois de um concerto na programaçao do "Música de Domingo".

"Coral das 1000 Vozes", o maior concerto público realizado no Centenário de BH, em 2007. Foi minha primeira produçao, e foi aí que percebi que nao podia fazer outra coisa... E foi a primeira grande liçao também... um evento feito sem dinheiro, e sem apoio nenhum... Com vontade e acreditando, a gente pode fazer tudo o que quiser!!!!

Beijos à Nanda, responsável pela minha chegada no Coral, aos ex-Pardinis, queridos amigos e à Tia Elza, eterna lutadora!